segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Crónica do investigador de circunstância

Quis o acaso que passasse boa parte do mês de Agosto em tarefas de investigação (docência a quanto obrigas). Acaso dos acasos, a cada vez que levantava a cabeça do livro que tinha à frente, esbarrava com um par de transeuntes de circunstância nos corredores da biblioteca. Se por acaso, a biblioteca da FDUL tivesse um jardim, era capaz de jurar que tinha sido enfiado em L'année dernière à Marienbad, tal foi o quase-sonho em que me vi enfiado: corredores vazios, transeuntes ocasionais e o investigador de ocasião preso entre as memórias dos escritos de antanho e os problemas actuais que só se resolvem com a visita ao passado num eterno círculo vicioso.Só faltou mesmo o órgão a ressoar pelos corredores...

2 comentários:

  1. Interessante essa analogia entre a "vida real" e o belo filme de Resnais. às vezes também me acontece isso, mas é mais com o imaginário dos filmes do Fellini ou do Tati ;)

    ResponderEliminar
  2. Sim, claro. Eu diria que qualquer bom filme nos consegue chamar para o seu mundo quando, na vida real, vemos algo parecido ao que foi projectado na tela.

    ResponderEliminar

Funções positivas